quarta-feira, 28 de abril de 2010

: sobre voar

Alma de Pássaro

Aqui está um homem com alma de pássaro.
Minha fragrância tem matiz de cravo e canela.
Meus desejos têm a sonoridade da conquista.
Minhas vestes têm aroma de liberdade.
Minha face balbucia a tranqüilidade quando repousa.
Minhas pupilas se dilatam quando canto notas de felicidade.
Quando acordado, penso no sabor de quimera de uma paixão.
Alegra-me a melodia da sedução: aquela que sacode o corpo
e atinge a alma com a mitológica flecha do Cupido.
Trago em minhas veias a metáfora do mistério (a desvendar).
O inesperado é a chave pra minh'alma suspirar e gargalhar.
Em mim pulsa o medo da solidão, com o qual já convivo.
Arrepio-me quando me são confidenciados lúbricos segredos :
legítimos filhos do torpor e da lascívia.
Mora em mim a mania de ver e decifrar desenhos em nuvens.
Revelo muito de mim quando calado: a alma se pronuncia.
À expectativa da espera - e diante dela - a certeza
de que nada virá: visto o traje fúnebre da frustração.
Ante o medo, imagino o colo, os braços, os seus – Amor meu -
Diante deles não me contenho.
Se assustado, lembro-me: a calma mora no poente.
Minhas quimeras infantis têm a sinfonia da inocência
e a magia da descoberta.
A arca que contem meus segredos está em minha surrada,
mas esperançosa alma. (Que esperança ela tem???)
De que alguém encontre esse baú - e mais que isso - o abra. (ele foi aberto). Meu beijo tem o silvestre sabor de amora salpicada de amor.

: andarilho das sombras
: imagens: 1000 imagens.com

segunda-feira, 19 de abril de 2010

: ensaio sobre liberdade


Desde o sucesso cinematográfico da t
rilogia de Krzysztof Kieslowski, indago-me sobre os motivos pelos quais este cineasta atribuiu cada uma das cores a cada um pilares os quais sustentam a essência da humanidade?Qual a razão para que a liberdade se pinte de azul? O motivo pelo qual se coloriu de vermelho a fraternidade? Por que pigmentar a igualdade com branca matiz? Este não é o traje da paz? Tais questões fizeram-me poetizar algo tão inefável, etéreo e subjetivo quanto a própria seleção destas colorações e atribuí-las a cada sentimento já citado.

aquarelado

vermelho-fraternidade.
fraterno branco
sangue azul-liberdade.

branca-fraternidade

invade
franca irmandade



brancalidade azul
vermelhice- liberdade
verdade?

Imunidade azul
vermelha igualdade
livre-arbítrio nu

azulidade fria
a pretidão
quebranta.

brancura
a suave alvura

de si mesma amplia.
azul quase aqualisa

unitom, unta cor
junta vermelhazul

unge de leve branca brisa.

vento-moleque brinca
transparente surge
o tempo tri
nca

Com urgência urge
e no último suspiro aquarelado
de mim anuncia

:fim

: andarilho das sombras

sexta-feira, 16 de abril de 2010

: porque os girassóis também morrem.

fim de linha
Engraçado,
Hoje observei girassóis;
Nenhum deles
Apontava pra Rússia
E, apesar do sol a pino,
Pareciam estar
Em outra órbita,
Talvez à procura
Do sol da meia-noite,
Aquele que mesmo
À meia-luz provoca
Tórridas paixões.

:andarilho das sombras



Vento solar e estrelas do mar
A terra azul da cor de seu vestido
Vento solar e estrelas do mar

Você ainda quer morar comigo?
Se eu cantar não chore não
É só poesia
Eu só preciso ter você
Por mais um dia
Ainda gosto de dançar
Bom dia
Como vai você?

Sol, girassol, verde, vento solar
Você ainda quer morar comigo?
Vento solar e estrelas do mar
Um girassol da cor de seu cabelo

Se eu morrer não chore não
É só a lua
É seu vestido cor de maravilha nua
Ainda moro nesta mesma rua
Como vai você?
Você vem?
Ou será que é tarde demais?

O meu pensamento tem a cor de seu vestido
Ou um girassol que tem a cor de seu cabelo?

lô borges

* Porque os girassóis também morrem.

:andarilho das sombras

terça-feira, 13 de abril de 2010

Mero Esmero

Frio vento.
Gélida alma.
Ausente calma.

Muda palma
pluralizada
amplificada
em surda salva.

Como explicar a indiferença
a qual, com sua presença,
desertifica o viver
torna banal o existir?

Existir, para que?
Mendigar afeto?
Indulgente?
Não
Quase indigente
Vão
Áspero grito
Silenciado
Sitiado

Mero esmero
(...)
reticente
(...)
no silêncio
de si próprio
reverberado.

: Andarilho das Sombras

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