Aqui está um homem com alma de pássaro.
Minha fragrância tem matiz de cravo e canela.
Meus desejos têm a sonoridade da conquista.
Minhas vestes têm aroma de liberdade.
Minha face balbucia a tranqüilidade quando repousa.
Minhas pupilas se dilatam quando canto notas de felicidade.
Quando acordado, penso no sabor de quimera de uma paixão.

e atinge a alma com a mitológica flecha do Cupido.
Trago em minhas veias a metáfora do mistério (a desvendar).
O inesperado é a chave pra minh'alma suspirar e gargalhar.
Em mim pulsa o medo da solidão, com o qual já convivo.
Arrepio-me quando me são confidenciados lúbricos segredos :
legítimos filhos do torpor e da lascívia.
Mora em mim a mania de ver e decifrar desenhos em nuvens.
Revelo muito de mim quando calado: a alma se pronuncia.
À expectativa da espera - e diante dela - a certeza
de que nada virá: visto o traje fúnebre da frustração.
Ante o medo, imagino o colo, os braços, os seus – Amor meu -
Diante deles não me contenho.

Se assustado, lembro-me: a calma mora no poente.
Minhas quimeras infantis têm a sinfonia da inocência
e a magia da descoberta.
A arca que contem meus segredos está em minha surrada,
mas esperançosa alma. (Que esperança ela tem???)
De que alguém encontre esse baú - e mais que isso - o abra. (ele foi aberto). Meu beijo tem o silvestre sabor de amora salpicada de amor.
: andarilho das sombras
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