:Sobre Escombros Sobre os Ombros

Seguem abaixo as palavras de um náufrago da emoção.

Quando Tudo é Todo o silêncio que há, como despertar aquilo que resta entre nossos escombros os quais suportamos sobre os ombros? Ainda existe crença? Se sim, em que acreditar? 

Vive-se em um mundo aparentemente amorfo. Pelas paredes do viver se impregna uma espécie de lodo, mofo. Alma à procura de uma saída cujo vislumbre não seja pré-estabelecido. O céu se faz mar nublado e o mar é nada além de céu molhado. Imerso em amálgamas incertas do Sentir, envolvido por uma atmosfera nebulosa procuro domar minhas psíquicas feras na tentativa de sobreviver em uma selva pessoal e intransferível. A melancolia parece circular em mim como seiva bruta a nutrir o tronco dormente de um salgueiro. Órgãos e nervos em letargia. Eis uma geração cada vez menos interessada em valores humanos. Onde estão o afeto e seus agregados emocionais? Talvez em uma arca futurista enterrada em algum paraíso perdido ... esquecidos em alguma abscissa ou coordenada do eixo cartesiano no espaço sideral. E eu, tal qual um pós-moderno náufrago da emoção, lanço ao mar de vento uma metafísica garrafa com uma mensagem [...]

 

Espero que

:a humanidade realmente justifique seu nome

:a simplicidade seja realmente um valor de relevância para as gerações posteriores

:uma atitude de plena gratidão não ganhe 'status' de interesse

:os pôres-de-sol possam ser contemplados com a atenção que merecem

:o pequeno gesto seja avaliado em sua real dimensão

:sorrisos abertos e francos sejam vistos como passaportes irrestritos para a felicidade

:um fraterno abraço seja realmente sinônimo de fraternidade

:a essência seja o que de mais importante pulse em seres que se dizem humanos.

A quem ler estas palavras

: SOS. O que mais afeta o Homem é justamente a falta de afeto. As coisas mais leves são as mais intensas. Nelas há de sobreviver a fagulha, centelha que mantém acesa a chama para o Viver!

 

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♫♫♫ O Azul e o Tempo - Oswaldo Montenegro

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