quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

: Sobre as Pessoas de Pessoa - Um Fernando.

Eu não escrevo em português.
Escrevo eu mesmo.
(Fernando Pessoa)
Como explicar a genialidade de um ser capaz de escrever algo assim? Penso não ser tão simples quanto a forma pela qual ele chegou em fragmentos como esse, mas vamos lá. Arrisco dizer: um gênio é simplesmente inexplicável.
Talvez se explique pela sensibilidade. Ou melhor, se justifique por ela.

A maioria pensa com a sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.  (Fernando Pessoa)

Penso que assim se difere o poeta do homem comum. O primeiro sente para escrever. O segundo raramente escreve e classifica o que vive como sentimento. E isso geralmente fica no passado, portanto, algo cuja modificação é impossível. Seria o poeta mero fingidor? Não creio. O passado existe para todos. E para alguns se torna História com ‘ H’ maiúsculo.

O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.
(Fernando Pessoa)

Esse é o poeta disfarçado de gênio ou seria o gênio disfarçado de Poeta? Isso deixo a cargo do leitor.( Como também faria Machado de Assis). Isso nada mais é que Pessoa. O Fernando.
Único poeta da História capaz de criar heterônimos com suas próprias identidades sem perder a sua identidade própria.

Um comentário:

  1. Adorei o blog! Ja estou seguindo para poder acompanhar.
    Acertou em cheio, as pessoas de fernando são lindas.

    =)

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